Desse 2013 que passou

A última vez que postei aqui no blog foi no começo de Abril, pra divulgar meu novo projeto, o Oh là lar! Já estamos em Dezembro, eu sei. São oito meses de silêncio por aqui. Talvez, em parte, por conta do que vou explicar mais adiante. Mas isso não importa, o que importa é que o bom filho à casa sempre torna, e cá estou eu.
Quantas vezes já disse aqui que as vezes é preciso colocar tudo em palavras? E guardar as palavras pra mim não faria sentido, pois seriam esquecidas. Só quando venho ao blog e leio os posts de 2, ou 3 anos atrás é que me dou conta do que mudou, de como me sentia naquele tempo. E isso é bom.


Bom, mas estou aqui pra dizer que agora que chegamos ao fim do ano, olhando pra trás, percebo o quanto cresci esse ano. Acho que o ano de 2012 foi um ano de adaptação pra mim, de me readaptar à vida que eu tinha antes de ir embora, um ano vivido de maneira bastante cautelosa e em slow-motion, pra não assustar a garota fragilizada que tinha voltado de Denver. Outra coisa que a gente só percebe quando olha pra trás e compara o antes e o depois são os traumas que a gente nem sabia que estava vivendo e adquirindo.
Mas 2012 passou e eu consegui voltar a ser quem eu era, a andar na velocidade que me era de costume. Fico meio que estupefada, como diria minha avó, com o que realizei nesse ano. De verdade. Não achei a cura pro câncer (provavelmente porque não estava mesmo procurando por ela), mas poxa... fiz tanto, e tanta coisa mudou.
Deixa eu ilustrar pra vocês: Em Janeiro estava de férias, tecnicamente, mas também fazendo um treinamento pra me tornar teacher. Em Fevereiro, voltei ao trabalho, como teacher. Nunca tinha dado uma aula na minha vida. Mas lá estava eu, numa sala com oito crianças de 9 anos, um calor de 32°C, sem janelas. E 50 minutos pra manter eles calmos, prestando atenção na aula, e pra ensinar pra eles o que tinha preparado pra aquele dia. Achei que ia ser uma merda, que eu ia entrar em pânico, ficar nervosa, suar, gaguejar... mas foi surpreendentemente mais fácil do que eu imaginei. Depois dessa aula veio outra, e mais outra e outra. Tantas aliás, que embora eu ainda estivesse me acostumando à coisa toda e aprendendo o que é ensinar na prática, me encontrei ensinando em duas unidades da escola, e depois também numa outra turma no IPT de SP. Aos sábados eu estava frequentando as aulas do último semestre da pós. O semestre no qual eu deveria concluir minha monografia, isto é, se eu tivesse começado ela. Mas não tinha.
Com uns 3 meses nessa rotina cheguei a conclusão de que dar aula pra crianças e adolescentes não estava dando muito certo pra mim. Pra manter o padrão que eu queria nas aulas, estava me esgotando demais, me estressando demais, e isso se refletiu no meu corpo, é claro. Minha auto-sabotagem alérgica quase me deixou doida e me fez gastar uma boa graninha em medidas paliativas.
Bom, a unica solução pro meu caso era essa: precisava voltar pra unidade da Paulista, onde eu sempre tinha trabalhado, e dar aula lá, pois lá só temos alunos adultos. Comecei minha campanha pela transferência e fui direto à fonte, o RH da empresa, mas tomei vários "não"s e muito discurso corporativo de "as coisas não funcionam assim". Estava prestes a jogar a toalha, definitivamente. De largar tudo e começar de outra forma. Entre o emprego e minha sanidade, preferia minha sanidade.
Mas não precisei chegar a esse ponto. Duas colegas muito queridas e um ex-gerente com visão empresarial prática e eficaz me ajudaram, e então passei o final do semestre dando aula em 3 unidades da escola, além da turma do IPT. Era um acréscimo de horas que ia foder ainda mais minha rotina, mas eu precisava voltar à unidade de alguma forma. Não vou mentir pra vocês, tinha dias nos quais eu trabalhava, de fato, entre pisar e sair de uma sala de aula, sem contar as horas de transporte, 12 horas por dia. Eu chegava em casa e só conseguia tomar banho e me arrastar pra cama. A pós e a monografia ficaram de lado, mesmo.
Mas consegui a transferência que eu queria em Julho. Mudei de unidade, e no segundo semestre, de 4 locais de trabalho, fui pra um. Também condensei minhas aulas no período noturno, sem as famosas "janelas" e passei a ganhar mais. Sem contar que dar aula pra adultos é o que eu de fato faço melhor. Chego em casa agora e, em vez de chorar de frustração, como fazia, chego cantando. Às 23h da noite, as vezes depois de passar 10 horas seguidas trabalhando.
Bom, então além de mudar de profissão, consegui mudar de posição dentro da escola e voltar pra unidade na qual eu sempre quis continuar. Consegui reduzir as horas de trabalho e deslocamento, e ganhar mais. Mas não acabamos por aqui.
Lembra da monografia? Pois é, precisava ser escrita. Foi sendo pesquisada, e esboçada aos poucos, entre Abril, Maio e Junho. Mas em Julho e Agosto eu realmente dediquei todo meu tempo livre à ela. Não saí, não vi amigos, descansei pouco. Mas consegui concluir a mono a tempo e, mais importante, ficou como eu queria e me orgulho bastante dela. Fui aprovada com uma nota excelente, e ai está mais uma etapa vencida. Agora sou, oficialmente, uma especialista em história da arte, em teoria e criticismo. Não sei qual vai ser o próximo passo nesse sentido. Sinceramente não sei, mas estou contente.
Bom, essas são as grandes conquistas do meu ano. Também consegui marcar e bancar uma viagem muito bacana pra mim e pra minha mãe, o que me deixa extremamente realizada. Mas a viagem mesmo, só no ano que vem rs...



Contando assim, pode não parecer muito, mas foram grandes passos pra mim. E, é claro, me orgulho deles.
Tenho uma impressão muito forte de que, no ano que vem, muito mais esta por vir e uma grande mudança vai acontecer, mas não quero falar muito sobre aquilo do qual não sei muito. Tenho apenas um feeling imenso, e uma certeza da qual só Deus sabe de onde vem a origem e a força. Mas é forte.
Resumindo: o saldo foi extremamente positivo.
Estou contente. Estou feliz.
2013 foi um bom ano.

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